História da Freguesia
A Freguesia de Santa Bárbara é composta por três núcleos populacionais de certa importância – Marquiteira, Ventosa e Pregança – e ainda pelos Casais de Porto Dinheiro, Barrocas, Fonte Lima, Pia de Mestre, Santa Bárbara, Casal Vale Jameira, Casais do Araújo e Casal Vale da Cruz. Todas estas povoações, juntamente com Ribamar, faziam parte da Freguesia de Nossa Senhora da Anunciação, da Lourinhã, desanexada para formar uma nova Freguesia – a de Santa Bárbara –, oficialmente criada por Decreto n.º 3895, de 16 de Outubro de 1952.
A População
Segundo o Cadastro da População do Reino de 1527, ou simplesmente numeramento de D. João III, a Freguesia de Santa Bárbara teria perto de noventa habitantes: quinze em Pregança, dezoito em Ventosa e Fonte Lima, vinte e quatro em Marquiteira, doze em Alqueidão, doze em Atalaia, e apenas seis em Porto Dinheiro.
Conforme o censo realizado em 1991, 464 anos depois, esta mesma área possui 1291 habitantes, ou seja, 15 vezes mais. Este aumento da população deve-se sobretudo à riqueza do solo e à vontade indómita das suas populações que souberam arrotear os matagais e transformá-los em belas searas de trigo e produtivos pomares e vinhas.
A Origem dos Nomes
O nome da Freguesia demonstra o forte sentimento de religiosidade da população que decidiu consagrar a sua terra à santa. É um culto muito antigo, facto que está relacionado com a antiguidade desta instituição paroquial.
Se o nome de Ventosa não é difícil de explicar, já que esta povoação fica situada no cimo de um monte, varrido pelo vento, em sítio ventoso, mais difícil se torna explicar a toponímia de Pregança e de Marquiteira.
A primeira destas povoações, também ela edificada num local alto, poderá ter por origem a palavra de raiz celta “Brigança”, que significa “sitio alto”, e se transformou com o decorrer dos anos em “Bregança”, e depois em “Pregança”.
Para explicar o nome de Marquiteira teremos de procurar sua grafia antiga, conhecida por – Marguiteira, Margueteira ou Margiteira –, sendo que esta última perdurou até aos finais do século XVIII. Margueteira é o local onde existem margas e este é um termo genérico empregado para designar as argilas calcárias mas também é sinónimo de barro, o qual existe ao redor desta povoação, dando origem às terras uma cor esbranquiçada.
Estas eram duas matérias que não faltaram neste local, onde é tradição ter existido uma olaria. Mas as margas e o barro não eram só utilizados na confeção de louça doméstica, pois também próximo da Marquiteira, mais ou menos no local do entroncamento da estrada que liga aquele lugar à estrada Lourinhã-Ribamar, aí pelos casais de Santa Bárbara, existiu um forno de telha.
Próximo da povoação da Ventosa foi fundada, por volta dos anos 30 do século XX, uma fábrica de cerâmica de barro vermelho que produzia tijolo e telha e que laborou até finais do referido século.
Marco Histórico
Foi nas encostas que descem da Ventosa e dos Casais de Fonte Lima até ao Vimeiro e Toledo que se travou, em 21 de Agosto de 1808, a batalha que ficou conhecida pela Batalha do Vimeiro, e que pôs frente a frente as tropas anglo-lusas, comandadas pelo General Wellington, depois Duque de Wellington, e as tropas francesas sob o comando do General Junot, na qual os franceses sofreram uma humilhante derrota. É este o único facto histórico relevante ocorrido na área desta Freguesia.
Heráldica
Armas
Escudo de prata, torre torreada de azul, lavrada do campo, aberta e iluminada de ouro, com grades de negro e entre seis telhas de vermelho, postas e alinhadas em duas palas, três e três, pé ondado de verde e prata. Coroa mural de prata de três torres.
Listel branco com a legenda a negro, em maiúsculas : “SANTA BÁRBARA – LOURINHÓ.
Simbologia
A torre – É o atributo de Santa Bárbara, a padroeira da Freguesia.
As telhas – Simbolizam a indústria cerâmica de barro vermelho que foi fluorescente na Freguesia.
O pé ondado de verde e prata – Representa o oceano Atlântico, que é um dos limites da Freguesia.
Bandeira
De azul, cordões e borlas de prata e azul. Haste e lança de ouro.